sábado, 25 de fevereiro de 2012 2 comentários

História sem fim - Caso A - I

entre por essa porta agora
e diga que me adora
você tem meia hora pra mudar a minha vida

Uma, duas, três horas. Daquele mesmo jeito, sentada no chão, encostada no sofá, abraçada aos joelhos. Olhos na porta. A demora a corroía músculo por músculo. Uma demora que talvez nem ao menos existia, uma demora baseada num fio incoerente de esperança. 
A culpa era do cheiro.
O cheiro que se espalhava pela casa, pelos livros, por suas unhas, cabelos, bochecha. O coração palpitava, palpitava, porque o cheiro a atiçava. Era só lembrar do cheiro, para vê-lo do mesmo jeito de antes, bem ali, logo ali, parado. Olhando-a com um olhar inexplicavelmente inexplicável. Um olhar quase de matador, com o sorrisinho de ator. Era só sentir o cheiro para o detalhes a atingirem. Cada um deles. Tinha decorado todos, decifrado poucos.
A culpa era do cheiro.
O cheiro enjoativo, persuasivo, chamativo. Aquele cheiro a fazia de boba. De obcecada. De mulher desesperada por carne masculina. Retirava-a do seu normal, do seu estável, da sua própria sexualidade. Carne masculina nunca fora seu prato principal até aquele maldito cheiro.
A culpa era do maldito cheiro.
Queria arranhar as pernas, puxar os cabelos, se estirar no chão. Esperava por algo que não existia mais. "Agora serei apenas uma lembrança". E então o frio. Sempre achou que sentiria todo o ar voltar para sua vida, sempre achou que voltaria a sentir seu próprio cheiro, mas nunca se sentiu mais sufocada. O maldito cheiro também parecia ser o cheiro da dor, que insistia em persegui-la. 
Maldito cheiro, maldito cheiro, maldito cheiro.
Horas, horas, horas.
E o nada. E o cheiro dos livros.
A solidão só continua calmamente a corroer.

ainda tem o seu perfume pela casa
ainda tem você na sala
por que meu coração dispara?
quando teu o seu cheiro dentro de um livro
na cinza das horas...


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012 1 comentários

Crítica - The Iron Lady



Cheguei a pouco do cinema, onde fui assistir The Iron Lady. Um filme sobre Margaret Thatcher, onde quem a faz é nada mais, nada menos, que Meryl Streep. Saí do cinema cheia de ideias e perguntas - além do pensamento forte de que eu tenho que ler mais jornal. O ponto é que o filme é bom e eu gostei da estrutura do mesmo. E, nossa, Streep está sem igual, tenho certeza de que se a colocarem para interpretar o Chavez, ela faz e ainda me faz acreditar que é o verdadeiro. 


Porém... 


Ao chegar, joguei o filme pela internet e fui atrás de críticas. E o que tinha lá, era o que eu andava pensando. O filme foi mais sobre a Thatcher do que sobre o thatcherismo, como disse uma crítica do... Clickfilms ou algo assim. A parte do que ela teve que passar e como se sentiu ao ser odiada, amada, ter o poder, a morte do marido, enfim,  tudo foi perfeitamente retratado e perfeitamente atuado pela Streep. Porém, na questão política e também na questão feminista, fica um pouco a desejar. Veja bem, eu sou totalmente leiga quando se fala sobre o que houve no tempo de Primeira-Ministra dela, então para mim estava tudo ok. Mas para quem sabe ou para quem viveu, falta muito. E segundo uma crítica, há uma mudança na ordem dos fatos que nos faz acreditar que depois que a Inglaterra venceu a Guerra das Malvinas ficou tudo bem e todo mundo voltou a adorá-la, mesmo após os cortes e privatizações, quando na verdade os cortes aconteceram depois da guerra.


Mas assim, também não sei. Realmente não sei nada sobre o assunto, só adorei a atuação de todos, Streep disparado, claro. Saí odiando as medidas da Thatcher e o fato de ela ter se iludido com o poder. E fiquei meio desiludida de a Primeira-Ministra não ter feito mudanças que ajudassem todos e de a realidade bater de que mesmo esse sendo um fato importante para as mulheres, não significa que ela seria uma mulher libertadora. O que quero dizer é que foi um fato feminista e libertador para a época, mas ela não seguia essa linha.


Não sei se me fiz entender, mas o ponto é que a Streep é uma diva, que o filme foi bom/razoável e que é triste quando a realidade bate. E se quem assistiu quiser prestar atenção melhor para alguns pontos, sugiro que leiam essa crítica: http://www.c7nema.net/index.php?option=com_content&view=article&id=8657:the-iron-lady-a-dama-de-ferro-uma-critica-politica-por-joao-miranda&catid=:box-office

É isso. Algum dia digo o porquê exato da mudança de blog.
3 comentários

Porque o primeiro é para ela


Porque "A Gente Não Presta"
Porque somos "gêmeas"
Porque não existe Mágica sem Assassinato
Porque não existiria blog se ela não desse a ideia
Porque é um Até Logo, nunca um Adeus
Porque L, Mello, Itachi, Álvares, Gokudera, Urahara, Hitsugaya
Porque eu choro sempre que dizem Fuuko
Porque Everyday Combat eterna
Porque Misune&Natsuki, Ritsuka&Chizuru, Mitsuko, Ayaka, Setsuna, Kitsune
Porque se uma tem 3 personagens, a outra também tem
Porque Harry Potter, cara, Harry Potter
Porque amigos
Porque feitiços
Porque o Dumbledore é gay
Porque Sirius, Remus
Porque A Marota
Porque Amor Acima de Tudo
Porque ai que vergonha
Porque FF 
Porque 6v
Porque Artemis Fowl, HP, KHR, Naruto, Bleach, etc etc etc tc
Porque eu sou besta e não peço desculpas
Porque ela é besta e pede desculpas
Porque somos bestas e um dia sem se falar já é muito
Porque é assim e pronto
Porque 'Aff'', 'Weee', '*bandeirinhas*', '*chora', 'hhahahahahahahaha', 'ai minha barriga'
Porque Farinha&Casco é o melhor hit
Porque o Squill é um guaxinim
Porque cantar a parte impactante da música sempre na hora errada
Porque 'Shhh' pro msn
Porque vomitei fanta uva de tanto rir
Porque... ah... sei lá... 6 anos.
Isso explica tudo.


Amo você.

After all this time?
Always.

(favor acrescentar mais trilhões de porquês)
 
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